sábado, 29 de outubro de 2011

CONCURSO ÚNICO PARA PROFESSORES

Representantes de entidades de professores e gestores de educação elogiaram ontem a iniciativa do MEC de criar a Prova Nacional de Concurso para Ingresso Nacional na Carreira Docente. Segundo eles, o exame vai ajudar municípios e Estados a selecionar melhor e de maneira mais barata professores para suas redes, mas alertam que ainda é preciso muita discussão para garantir o sucesso do novo modelo.

A ideia da prova, que deve ser aplicada pela primeira vez em 2012, é que o interessado em ser professor da rede pública faça o exame nacional e as redes estaduais e municipais usem os resultados quando precisarem preencher vagas. O Estado ou município que aderir poderá utilizar a prova do MEC para substituir o concurso local ou como uma fase da seleção.

Para Heleno Araújo, secretário de assuntos educacionais da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), a iniciativa ajudará a fortalecer uma política nacional de ensino, em um contexto caracterizado pela extrema diversidade – o ensino fundamental é responsabilidade de Estados e municípios, não do governo federal.

“Esse instrumento cria a perspectiva de uma carreira nacional para o professor. Já temos o piso nacional, que, apesar de não ser cumprido por todos, serve como referência, e o Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação) como parte de um sistema nacional”, afirmou.

Mas, para a substituição de milhares de provas nos municípios, Araújo diz que a confiabilidade do novo exame será crucial. “Em um País de tamanho continental, lisura, transparência e sigilo serão fundamentais para a prova nacional”, diz.

A nova opção para selecionar docentes deve ajudar sobretudo municípios de pequeno e médio porte, acredita Carlos Eduardo Sanches, presidente da União Nacional de Diretores Municipais de Educação (Undime). “Esses municípios têm dificuldades financeiras para organizar bons concursos públicos. E, com a perspectiva do ensino obrigatório a partir dos 4 anos de idade, uma lei que entra em vigor em 2016, vamos precisar aumentar o número de contratações nos próximos anos”, afirmou.

Sanches lembra que um exame nacional deve estimular o deslocamento de profissionais, o que será positivo para regiões onde há déficit de professores.

A presidente do Conselho de Secretários Estaduais de Educação (Consed), Maria Nilene da Costa, ressalta que falta muita negociação antes de prognosticar se o exame vai ter grande adesão. “Esse foi só o primeiro passo. As comissões ainda têm muito a discutir. Agora entra em debate os conteúdos que serão cobrados na prova”, disse.

Representantes de entidades de professores e gestores de educação elogiaram ontem a iniciativa do MEC de criar a Prova Nacional de A proposta, do governo federal, foi publicada no Diário Oficial de ontem. A princípio, a seleção será voltada para professores de educação infantil e séries iniciais do ensino fundamental. Mas caberá a cada rede de ensino decidir se vai aderir ou não. A rede estadual ainda está avaliando se vai utilizar o processo seletivo unificado. A mesma resposta foi dada pelas redes municipais da Grande Vitória. A proposta é que o candidato possa se inscrever para vários concursos ao mesmo tempo. Ainda não foi decidido se haverá taxa de inscrição. A prova será elaborada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), o mesmo órgão do MEC responsável pelas avaliações de estudantes.

A rede de ensino que aderir à Prova Nacional de Concurso para o Ingresso na Carreira Docente pode escolher se vai completar a avaliação de alguma forma, como a análise de títulos ou teste prático, por exemplo.

A secretária municipal de Cariacica e presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) no Estado, Célia Tavares, faz parte do Comitê de Governança, responsável por avaliar a matriz de referência da avaliação.

“A proposta é muito boa na medida em que vai reduzir custos de quem aderir. Além disso, não é fácil organizar concursos, que passará ficar sob responsabilidade do Inep”, explica.

Ela também destaca que o modelo do concurso único dá mais transparência ao candidato, que terá em mãos a matriz de referência com o conteúdo da prova bem antes da prova. E diz que ainda que não foi definido se o candidato terá que pagar taxa de inscrição.(Carla Nascimento)

O que é: A Prova Nacional de Concurso para o Ingresso na Carreira Docente será uma espécie de concurso único para a contratação de professores na rede pública, dos Estados e municípios que aderirem

Como será: O candidato escolhe quantos concursos quer concorrer e faz apenas uma prova. A rede de ensino escolhida pode completar a seleção por meio de análise de título, testes ou outras etapas

Quem pode fazer: O primeiro concurso deve ser voltado para professores da educação infantil e dos anos iniciais do ensino fundamental

Valor: Ainda não foi definido se haverá uma taxa de inscrição. Caso tenha, o valor pode ser cobrado na rede de ensino que aderir, e pode variar, dependendo do número de etapas da seleção

Quando: A previsão é que a prova seja anual, e comece a ser aplicada em 2012

Conteúdo: A matriz de referência para a prova, com os principais pontos que serão cobrados já está disponível na internet (www.inep.gov.br), mas ainda pode sofrer alteração.

Fonte: Undime Autor: A Gazeta (ES)

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